Vendas crescem e podem afetar preço do carro zero

    [Fonte: Motor Show]

    A venda de carros voltou a crescer em março de 2021 no Brasil e isso pode afetar o preço do carro zero km que vinha sofrendo uma queda. Os dados são da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) que divulgou dados sobre os emplacamentos de veículos, considerando todos os segmentos automotivos: automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros.

    As vendas fecharam o mês de março/2021 com alta de 8,26% sobre março/2020, chegando a 269.944 unidades vendidas, contra 249.357 unidades, emplacadas em março do ano passado. Sobre fevereiro (242.066 unidades), o desempenho de março/2021 foi ainda melhor, com alta de 11,52% nos emplacamentos. Esse crescimento pode afetar o preço do carro zero km que vinha sofrendo queda. Em alguns casos, seminovos estavam com preço maior que o do carro zero.

    “Muitas dessas vendas já tinham sido realizadas, nos meses anteriores, e os clientes estavam aguardando a entrega dos veículos, pelos fabricantes, o que ocorreu em março. Isso justifica o bom desempenho do mês, mesmo com o fechamento do comércio em estados importantes, como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, por exemplo”, observa o Presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.

    Mesmo com os resultados positivos de março, o saldo do primeiro trimestre foi de queda, de 6,55%, no acumulado de janeiro a março/2021, quando foram emplacadas 786.083 unidades, contra 841.173 veículos, comercializados no primeiro trimestre de 2020.

    Falta de produtos e lockdown derrubam preço do carro zero

    O Setor da Distribuição de Veículos continua enfrentando desafios com a falta de produtos e o aumento das restrições de circulação, por conta da pandemia. A falta de peças e o lockdown atrapalharam muito a produção. Com isso, os prazos das montadoras para entregas de modelos novos atrasou, e o preço do carro zero km começou a cair. Em alguns casos, veículos seminovos foram comercializados com preço maior que o de um carro zero km do mesmo modelo.

    “Os concessionários de veículos estão passando por um período muito difícil. Em 2020, quando ocorreu a primeira onda da pandemia da covid-19, tínhamos estoques e a indústria trabalhava sem problemas de abastecimento. Hoje, os estoques, praticamente, não existem, tanto nas concessionárias como nos pátios das montadoras. A falta generalizada, de peças e componentes, vem provocando a paralisação das linhas de montagem de várias montadoras, prejudicando a oferta de veículos”, analisa Assumpção Júnior.

    O Presidente da entidade mencionou, também, a piora da pandemia no Brasil como um dos fatores para a queda na comercialização de veículos novos no país. “Apesar de as Concessionárias não gerarem aglomeração e obedecerem, rigidamente, aos protocolos sanitários, preconizados pelo Ministério da Saúde, elas têm sofrido com o fechamento das áreas de vendas, na maior parte dos estados que decretaram lockdown. Onde os protocolos estão mais rígidos, apenas as áreas das oficinas estão funcionando, por serem consideradas serviços essenciais”, explicou Assumpção Júnior.

    Mas a normalização ao pouco da chegada de peças pode impactar positivamente na produção das montadoras. Com o setor aquecido, a tendência é que o preço do carro zero km volte a subir ligeiramente.

    Automóveis e Comerciais Leves

    Os segmentos de Automóveis e Comerciais Leves apresentaram alta de 13,69% em março de 2021 (177.109 unidades emplacadas), se comparados com o mesmo mês do ano passado (155.784 unidades).

    Com relação a fevereiro de 2021, quando foram licenciadas 158.226 unidades, houve alta de 11,93%.

    Já no acumulado do 1º trimestre do ano, houve retração de 6,5%, totalizando 497.885 Automóveis e Comerciais Leves emplacados, contra os 532.506 registrados no mesmo período de 2020.

    No ranking histórico, o mês de março de 2021 está na 13ª posição e, no acumulado do ano, na 12ª colocação.

    Motocicletas

    Em março, o segmento de Motocicletas registrou 62.290 unidades emplacadas, o que significa uma baixa de 17,38% sobre março de 2020, quando foram comercializadas 75.392 motos.

    Em relação ao mês de fevereiro de 2021, quando 57.426 motos foram vendidas, houve alta de 8,47%.

    No acumulado do 1º. trimestre de 2021, os emplacamentos de Motocicletas somaram 205.553 unidades, um resultado que, se comparado às 246.920 unidades, comercializadas em igual período de 2020, demonstra uma baixa de 16,75%.

    “O mercado de Motocicletas continua aquecido, mas ainda há impactos específicos na produção, que têm afetado o abastecimento para as Concessionárias. Devido a essas dificuldades pontuais, muitas vendas estão com programação de entrega para até 60 dias, mas a indústria vem, aos poucos, se recuperando. Desde o início da pandemia, em 2020, as Motocicletas vêm se consolidando como uma alternativa de transporte individual e de trabalho. O crédito está favorável a quem pretende adquirir Motocicletas, com a aprovação de 4,7 propostas para cada 10 enviadas aos bancos”, avalia o Presidente da Fenabrave.

    No ranking histórico de motos, o mês de março de 2021 está na 21ª colocação e, no acumulado do ano, na 18ª posição.