Dirigir um automóvel pode ser uma atividade corriqueira para a maioria dos motoristas, mas nem todo mundo pensa assim.
Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) em 2018 apontou que o mal atinge pelo menos dois milhões de brasileiros. Ainda de acordo com a associação, as mulheres correspondem a 80% desse total.
A ‘culpa’ é dos outros
UOL Carros conversou com Flávia Brito, diretora e instrutora da Prat-Car, empresa do Rio de Janeiro especializada em tratar o medo de dirigir.
A especialista afirma que as mulheres formam a maioria de sua clientela, mas ressalta que, desde o início da pandemia, “muitos homens também nos procuram”. Para Flávia, a aversão ao volante costuma ser gerada após um trauma muito grande.
“Ele pode ser ocasionado por um parente ou conhecido que queria incentivar a dirigir, mas na verdade causou algum trauma, por ter gritado, xingado ou ter feito a pessoa passar por algum constrangimento. E isso acaba causando o bloqueio”.
Lado psicológico
Seja qual for o motivo, as empresas especializadas em tratar esse medo trabalham principalmente com a mente do motorista.
“É um trabalho muito psicológico porque, em muitos casos, eu tento fazer com que a pessoa mude sua forma de pensar a ponto de não se importar com o que os outros pensam e ignorar o que está lá fora. Assim, a gente tenta seguir nossa metodologia até o momento em que a pessoa começa a dirigir sozinha”, diz Flávia.
A instrutora lembra, inclusive, de um caso bastante curioso em que o trabalho psicológico foi essencial para atingir o objetivo de perder o medo do volante.
“Atendi um rapaz que achava inconcebível um homem não saber dirigir e não conseguir aprender. Então ele já fez terapia e melhorou muito com o treinamento, mas foi um trabalho muito exaustivo para mudar esse pensamento dele de que o homem deveria saber dirigir muito bem”.