México: cotas acabam no dia 19 e Anfavea tenta evitar livre comércio

    [Fonte: Notícias Automotivas]

    As cotas acordadas em acordo comercial entre Brasil e México, finalmente chegarão ao fim no dia 19 de março. Vigentes há 16 anos, elas possibilitaram aos dois países comercializar veículos sem imposto de importação de 35%, limite estipulado conforme convenção na Organização Mundial do Comércio (OMC).

    A partir da expiração das cotas, o livre comércio entre os dois parceiros estará estabelecido, porém, a Anfavea quer evitar que isso aconteça.

    Há 20 dias, a entidade que reúne a maioria das montadoras instaladas no país – a outra organização é a Abeifa – entregou ao governo federal um estudo que mostraria o impacto (negativo) que a liberação do comércio com o México traria no setor automotivo nacional.

    Resumidamente, um acordo de livre comércio com o México, faria com que o Brasil perde-se em competitividade para o país latino. A questão levantada por Antônio Megale, atual presidente da Anfavea, é sobre a regra de origem. Esta prevê que insumos nacionais não entrem no cálculo de nacionalização quando existem componentes importados.

    Megale pede a prorrogação das cotas para que haja tempo hábil para alteração dessa regra. Ele sugere aumento de 10% nas cotas, pois algumas montadoras estariam importando no limite das cotas. Para o Brasil, a liberação seria ruim, pois as exportações continuam em baixa.

    Em 2018, mesmo com alta de 14,6% nas vendas gerais no mercado interno, o país teve queda de 17,8% nas exportações, embarcando pouco menos de 630 mil veículos. Em contrapartida, o México vai muito bem nesse caso. Voltado para vendas externas, o parceiro latino enviou para outros países, nada menos que 3,4 milhões de carros em 2018, 6% mais que em 2017.

    Para piorar as chances do Brasil em exportações para o México, o mercado interno deste, caiu 7,1% no ano passado, totalizando em torno de 1,4 milhão de unidades.

    Com 41 acordos comerciais, o país latino tem sua indústria voltada para abastecer o mercado americano, onde é responsável por 15% das vendas. Mesmo que as vendas caíam internamente, o volume é compensada pela dependência dos EUA.