Argentina quer proibir venda de carro a combustão em 2041

    [Fonte: Automotive Business]

    Governo pretende gerar US$ 8,3 bilhões de investimentos na indústria local para estimular a produção de veículo elétricos e criar mais de 21 mil empregos

    A Argentina é mais um mercado que está se preparando para proibir a venda de carros a combustão. O país pretende iniciar a proibição total em 2041 ao mesmo tempo que vai colocar em prática um programa de incentivos para a produção e comercialização de veículos elétricos.

    Essas medidas fazem parte do projeto da Lei da Promoção da Mobilidade Sustentável, que foi encaminhado ao Congresso argentino pelo presidente Alberto Fernández na terça-feira, 12.

    Entre os principais pontos do projeto, está a meta de gerar dentro de dez anos investimentos de US$ 8,3 bilhões na indústria automotiva, que “hoje é deficitária”, de acordo com o texto do projeto. Com isso, estima-se que mais de 21 mil novas vagas de emprego serão abertas no setor.Se for aprovada, a nova lei também vai obrigar que o transporte público do país a incorporar progressivamente veículos elétricos em suas frotas, que vão aposentar aos poucos os modelos já existentes com motor a combustão.

    A lei estabelece uma série de benefícios não somente para o consumidor, visando facilitar a compra de carros elétricos, mas também para fabricantes de veículos, autopeças e equipamentos, como carregadores e baterias, além de estimular a micromobilidade, de olho na criação de um novo mercado e focado também nos médios e pequenos investimentos.

    “Este futuro regime de eletromobilidade oferecerá incentivos fiscais e tributários para promover o investimento, bem como para a aquisição de veículos elétricos com a exigência central de que tenham componentes fabricados no país para incrementar a cadeia de valor”, explicou o site Autoblog Argentina.

    O projeto não contempla apenas incentivos a veículos elétricos. “Haverá também um local para retrofits (modernização de equipamentos e máquinas) e conversões para novas tecnologias, e também outras iniciativas relacionadas com células a combustível ou GLP”, diz o site.

    Até mesmo a mineração é beneficiada pela nova lei, com projetos de investimentos da ordem de US$ 900 milhões para os próximos cinco a sete anos, pensando na industrialização dos recursos naturais da Argentina dentro da eletromobilidade.

    O país tem a segunda maior reserva de lítio no mundo, atrás só da Bolívia, e a terceira maior reserva de lítio comercialmente viável, ​atrás do Chile e da Austrália. O metal é hoje elemento fundamental para a produção das baterias de veículos elétricos.